quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Portugal e o seu património móvel


Duas importantes peças indo-portuguesas, datadas do século XVII, estão prestes a deixar o nosso país e a serem vendidas para os EUA.
Únicas em Portugal e de grande valor para a História da Arte Portuguesa, as peças em questão, um paramenteiro e um retábulo, poderão deixar o país se este não exercer o seu direito de preferência sobre a sua venda, nomeadamente o paramenteiro para um museu americano e o retábulo para uma colecção particular. A sua saída de Portugal representa uma enorme perda para o património artístico/móvel português.
O paramenteiro, de quatro metros, foi feito pelos carpinteiros reinóis (europeus que levaram a arte sacra cristã para a Índia) Diogo Moniz e Manuel Rodrigues, responsáveis por toda a marcenaria da Igreja de Nossa Senhora da Graça, no antigo Convento de Santo Agostinho, na Velha Goa. O convento de Santo Agostinho foi construído em 1602, tornando-se um dos maiores, a ser construído, e dos mais importantes. Após a expulsão das ordens religiosas de Goa, foi abandonado em 1833, acabando este por ruir.
O retábulo terá pertencido a um dos altares colaterais do altar-mor da mesma igreja. Esta peça, goesa, data do tempo de D. Aleixo de Menezes e foi executada pelo mestre Babuxaia, artista canarim (natural da antiga Índia Portuguesa) muito activo e respeitado na Goa daquele tempo, e dourado por António Costa.Muito deste património móvel português, na sua esmagadora maioria religioso, teve o seu principal impulso económico nos descobrimentos e a sua primordial função a evangelização dos novos mundos e difusão da fé cristã, encontra-se hoje, infelizmente, espalhado pelo mundo sem que Portugal e os portugueses algo façam para o tentar trazer ao seu país e os devolvam, novamente, à sua pátria e os tornem parte da efectiva história de Portugal e dos portugueses



Toni/09

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